Quem
for ao Mercado das Artes, no centro histórico da capital, vai poder conferir
uma mostra do artesanato produzido na ilha de São Luís. São peças
confeccionadas com escamas de peixe e conchas, e até bijuterias produzidas com
a renda de bilro, uma tradição da comunidade do município de Raposa.
Na
técnica, as linhas são trançadas com agilidade e, de ponto em ponto, vão
criando mil e uma possibilidades com a renda. As rendeiras da cidade de Raposa,
na Região Metropolitana de São Luís, fizeram da arte o sustento e o orgulho.
Uma
herança que todo mundo recebe cedo. Marilene hoje é formada em Pedagogia, mas a
mãe a ensinou uma lição valiosa: fazer renda não se aprende na escola. “Ela me
incentivou a que eu aprendesse a arte. A renda de bilro é uma arte, que muitos
querem fazer, mas nem todos conseguem”, disse.
O
ofício Eronize também carrega e repassa para as filhas. Elas aprendem e
ensinam. Assim vão ajudando a perpetuar a arte que nasceu do povo. E será que
elas estão prontas para as novidades?
Mexer
com um artesanato tão tradicional, que passa de geração para geração, pode até
dar um certo medo. Mas artesãs da ilha de São Luís estão aprendendo que é
possível inovar sem perder a originalidade.
Não
foi tão fácil assim. O designer Marcelo percebeu no começo o tamanho da
resistência, mas elas confiaram no professor e, principalmente, no talento
delas. A arte da renda já é uma riqueza, aprenderam então a fazer algo mais
chique. As bijuterias feitas com renda.
Depois
de aprender a novidade, a rendeira Eronize Rodrigues ganhou novos clientes e
muitos elogios. "Todo mundo que olha diz que é lindo. Nós estamos
continuando e vamos fazer mais coisas lindas e diferentes", disse Eronize
Rodrigues .
E
as artistas da renda mostraram que, como toda obra de arte, a delas também
merecia uma moldura para enfeitar a parede. É de enganar os olhos. São flores,
arranjos coloridos, tudo feito com restos de conchas e escamas de peixes.
Linaci
cria ostra e sururu na cidade de Paço do Lumiar. Depois de muito desperdício,
aprendeu a reaproveitar. E o que antes ia pro lixo agora está servindo para
aumentar a renda.
Na
exposição, os resultados de quem está aprendendo a fazer da arte popular, um
produto ainda mais valorizado. Pronto para conquistar clientes de toda a parte
do mundo
A
exposição pode ser vista até sexta-feira (7). O mercado das artes fica na Rua
do Trapiche, no centro histórico de São Luís.
Vídeo e reportagem completa no G1 Maranhão:
Fonte: G1
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